Viaje na viagem

Gosto de viajar de ônibus. Na boa mesmo, curto bastante todo o ritual de: ser malandro e veloz na hora de escolher um bom lugar no busão; regular o assento minuciosamente; recostar-me no banco e... relaxar.

Desde que o horário escolhido (há escolha na maioria dos casos?) não seja o mais movimentado, você não tenha q ficar na vertical com o sovaco na cara de alguém ou sem fones de ouvido ao lado de algum funkeiro, pagodeiro ou criaturas dessa laia (mastigando: quem ouve música em público sem fones), ta tranquilo sim.

Julgo uma viagem de ônibus uma das melhores coisas para poder dar uma espairecida, botar as ideias no lugar ou simplesmente ficar curtindo o “mundo passar” pela janela do bus.

No Japão, todos os japinhas dormem nos metrôs, ônibus e demais transportes que eles tem por lá (não duvido que já tenho o tele-transporte por aquelas bandas). Isso, porque eles não tem tempo durante o restante do dia. Esse tempo de locomoção deles entre uma Pet Shop de Pokémon e alguma loja da Semp Toshiba é a única brecha em que eles se “obrigam” a puxar uma paia.

Vez que outra, também tiro a viagem de bus para puxar um ronco sim, mas geralmente gasto esse tempo ouvindo algum som bem na boa e pensando no que vou fazer no tal dia em questão ou matutando sobre o que se passou.

Acho bem válido sim. Desacelerar e por as ideias em ordem vem bem a calhar nessa correria de hoje em dia.
Usando uma daquelas expressões modinhas da vez: ficaadica.

P.S: texto escrito durante o trecho Farroupilha-Caxias no busão, ao som de “Aqualung” do Jethro Tull.