Revi ontem o Poderoso Chefão, a obra-prima de Coppola e um
dos melhores e mais influentes filmes da história. Nem precisaria falar isso,
mas sempre tem um baúco que ainda não assistiu ao filme. Pobres almas.
Quem ainda não viu ao filme, sugiro que crie vergonha na
cara, pare i-m-e-d-i-a-t-a-m-e-n-t-e de ler esse texto e vá assistir ao filme.
Na boa mesmo.
Já viu o filme? Então pode continuar lendo.
Bom, de qualquer forma eu sou um aficionado por filmes que
retratem a máfia, aliás, tudo que envolva máfia (a italiana, de preferência, claro)
é de meu interesse.
Não que eu faça parte de uma nova facção italiana enraizada
aqui no Brasil, apenas acho o tema deveras interessante.
Enfim, logo após rever o filme fiquei matutando uma coisa: e
se eu tivesse um tio gangstêr?
E se esse tio fosse... Vito Corleone.
Digo tio porque padrinho ele já é de todo mundo, e demais
parentescos não parecem ser uma boa ideia não.
Sim, sei que a máfia foi e ainda continua sendo um problema,
mas não há como negar seu glamour. E ter um tio desses seria a última bolacha
do pacote, ou, melhor ainda: o último canelone.
Me imagino nos meus 12 anos, em um importante jogo de
futebol num campinho perto de casa contra uma gurizada bem mais velha, repleta de
cuzões de apartamento criados à Danoninho e Chandele.
Tio Vito havia prometido que iria ver o jogo. E ele chega
bem na hora de um pênalti, que eu fui encarregado de cobrar.
Um pouco antes da cobrança ele pediu uma pausa no jogo - que
foi atendida prontamente, afinal, era “ele”- e lá foi ele puxar um papo esperto
com o guarda-redes do time adversário num canto.
Todo mundo ficou tentando ouvir o que se passava, mas não
deu pra ouvir nada.
Logo após a pequena conversa e uma palidez repentina na face
do goleiro, que voltou com as pernas meio cambaleantes, prosseguimos com o
jogo.
Nunca foi tão fácil fazer um gol. O goleiro não demonstrou a
menor reação ao chute e logo após o lance foi embora correndo.
Estranho.
No dia seguinte, descobri o que se passou naquela troca de
ideias amistosa do dia anterior. Tio Vito havia falado que se o goleiro sequer
pensasse em defender aquele chute, a mão dele iria servir de cinzeiro
improvisado para o charuto que ele estava tragando.
Na situação do goleiro eu acho que teria optado pela mesma
decisão, ao não ser que tivesse uma mão mecânica, mas mesmo assim pensaria duas
vezes antes.
Esse caso tem um porém, e se eu não fosse o único a ter um
tio gângster?
E se o tio do goleiro fosse gangstêr também membro de uma
família rival dos Corleone?
E se o resto do time adversário fosse tipo uma Cosa Nostra
juvenil?
Ta... chega de devaneios mafiosos por hoje.
Leave the
gun, take the cannoli.
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