Antes de começar a escrever esse texto fiquei um bom tempo
refletindo. Refletindo também não, “passei um pente fino” (não literalmente,
sempre é bom frisar) na minha mente vasculhando se havia algo mais inútil,
ultrapassado e que desperte mais raiva na minha pessoa do que um guarda-chuva.
Sim, eu uso guarda-chuva, mas apenas quando chove mesmo,
digo, aquelas chuvas que fariam Noé ficar com medo de a Arca não dar conta do
recado.
Pra inicio de conversa, o nome guarda-chuva já é errado.
Guardar ele não guarda nada, e se a ideia fosse que ele nos
protege-se da chuva seria uma sacanagem das brabas também.
O guarda-chuva não protege quase nada. Os pés estão livres
para você pisar em paralelepípedos falsos e poças d’água quando você tiver o
infortúnio de encontrá-las; dependendo da intensidade do “toró” ou de como você
maneja o guarda-chuva, sua cintura e suas pernas não escaparão ilesas da fúria
pluvial; e, pra finalizar, ele é frágil, muito frágil. Qualquer lufada de vento
mais encorpada fode com o tal do guarda-chuva. Ou então o vira do avesso. Ou
pior ainda, manda-o para longe, e você sai como aquelas senhoras de chapéu de
palha na praia correndo atrás do guarda-sol (outro nome ridículo).
Nunca gostei de usar guarda-chuva.
De qualquer forma, você sempre se molha um pouco mesmo, e ir
pela chuva é bem mais divertido pelo menos.
Outra coisa que me intriga sobre isso é o fato de o
guarda-chuva ser extremamente ultrapassado.
Tem tanta besteira que recebe upgrade uma vez por mês ao
menos e ninguém ainda se preocupou em lançar um sucessor para o jurássico
senhor guarda-chuva.
Lá se vão uns 200 anos que temos essa tralha no nosso
cotidiano, desde os lordes britânicos, que achavam elegante – frescura de
europeu mesmo – usufruir do guarda-chuva, coisa que antes era só coisa de
moças.
Coincidentemente, está chovendo hoje, e há algumas horas
atrás eu tive meu guarda-chuva destruído por uma filhadaputice do vento
Acredito que agora está claro o porquê de eu escrever isso.
Mas mesmo sem esse contratempo de hoje, não tardaria para eu
manifestar meu desagrado com esse utensílio.
Com ou sem razão, eu repito: malditos guarda-chuvas.
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